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We Are One Tour

Quem iria imaginar que em uma quinta-feira de verão, teríamos uma casa de shows lotada de um pessoal animado e com muita energia para gastar! Então, na quinta a noite do dia 09/03/2023, houve uma explosão de adrenalina com shows de hardcore melódico na casa de shows URB Stage. Nessa nova edição do “We Are One Tour”, marcaram presença as bandas: Millencolin (Suécia), Satanic Surfers (Suécia), Cigar (Estados Unidos) e 69Enfermos (Brasil).

A Ablaze Productions com apoio da Abstrati Produtora, proporcionaram uma experiência nostálgica e frenética para galera fã de skate, ska e aquele ritmo pra dar "lindas voadoras" em um mosh entre amigos novos e antigos. A banda 69Enfermos fez a frente abrindo o evento, aquecendo a galera com seu som rápido e divertido. O trio executou músicas autorais, aquecendo o palco e chamando a galera para pular, enquanto lentamente a multidão começava a se formar. Logo em Seguida a banda Cigar surpreendeu com seu trio de músicos habilidosos. Particularmente, fiquei positivamente surpreso com a qualidade da banda, com uma bateria rápida e “groovada”. Fora que, do festival, era a única banda com um baixista que não usava palheta! Para acompanhar o hardcore rápido e muito bem sincronizado. Uma observação pessoal: o guitarrista / vocalista Rami Krayem, estava assustadoramente parecido com Keanu Reeves!





Surpreendente também foi ver a apresentação da banda Satanic Surfers com o baterista como vocal principal! Músicas rápidas e com viradas na bateria que não afetaram em nada o desempenho da voz. Integrantes demonstraram muita empolgação e arriscaram até um “Obrigado” para agradecer a resposta da galera enlouquecida a cada música. Finalizando com o baterista / vocalista Rodrigo Alfaro dando um belo de um salto do palco na galera no final no show, se perdendo na multidão que vibrava.

A “cereja do bolo” da noite chegou já provocando aquele frio na barriga com uma abertura sonora que aumentava a ansiedade de quem reservou energia pra finalizar a noite banhado em suor e cerveja. Sim! Millencolin! Nesse momento a casa estava lotada! A banda colocou o povo pra cantar entre clássicos e músicas do último álbum de 2019 “SOS”.

Apesar de achar (na minha opinião) o Nikola Sarcevic (voz e baixo) um pouco desorientado em alguns momentos do show, o mesmo deu um show de simpatia, interagindo com o público e arriscando falar português. Os guitarristas Mathias Färm e Erik Ohlsson, estavam tão empolgados com a resposta positiva do público que em certos momentos pareciam querer saltar com suas guitarras na multidão.

Quando tocaram a clássica “Mr. Clean” eu me senti de volta ao final dos anos 90, início de 2000, com meu skate e uma vontade extrema de reproduzir esse som em alguma festa de garagem ou piscina, na qual minha banda da época tocasse. Mas infelizmente nem tudo nesse evento foi tão legal quanto eu esperava, pois pude notar uma diferença brutal na quantidade de pessoas pretas e não brancas no evento. Eu e Indy tivemos essa percepção praticamente simultaneamente, nos deixando muito desconfortável. Foi então que comecei a fazer uma análise real do que estava acontecendo: maioria do pessoal que estava trabalhando era preta, dava pra conta em uma das mãos quantos pretos estavam no evento, o valor elevado dos ingressos e itens de consumo no evento, pessoas (obviamente brancas) ostentando as bebidas mais caras em abundância. É importante ressaltar que não estou condenando quem tem pra gastar, mas sim a dificuldade de acesso de quem quer ter um mínimo de conforto e dignidade pra curtir um evento de qualidade com bandas que gosta, mas devido a essa série de empecilhos não terão essa oportunidade.

Foi um evento incrível com uma boa produção e bandas excelentes, mas o fator da falta de presença de pessoas não brancas em eventos como esse, mostra o quanto ainda é desleal esse acesso. Não quero dizer que todo preto é miserável ou desinteressado em investir em eventos, mas sim que provavelmente muitos não foram devido a uma série de fatores de dificuldades de acesso, sendo no transporte de áreas mais isoladas, custo do ingresso, custo de alimentação ou bebida. É compreensivo que as produtoras trabalham como podem e principalmente shows internacionais tem um auto custo de investimento, e às vezes o retorno não é tão positivo.

Nós do Preto no Metal tentaremos estar no máximo de rolês possíveis pra representar a galera, e pedimos que a galera preta (dentro das suas condições, é claro) ocupem esses espaços.


Resenha escrita por Dênis Lapuente

Fotos feitas por Indy Lopes Via Noisy Productions em parceria com o Preto no Metal

Apoio Ablaze Productions e Abstrati Produtora


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